THE BOYS | Uma temporada de explodir cabeças! (Crítica da 2° temporada)
Quando um gênero atinge o pico de popularidade, ele inevitavelmente se torna um objeto de sátira. Um gênero precisa ser universalmente explorado em várias vertentes e portanto, era apenas uma questão de tempo até que as histórias de super-heróis seguissem este caminho também. Não há falta de sátira com os super-heróis, temos Watchmen (2009-2019), Kick-Ass (2010-2013), The Umbrella Academy (2019-2020) e Patrulha do Destino (2019-2020) inundando nossas telas. Mesmo com uma vertente que está começando a ficar inflada com muitas produções, temos uma que poderia sofrer um grande problema mas que acabou ganhando uma admiração e carinho de muitos fãs e o nome dela é The Boys, da Amazon Prime Video.
Felizmente, a série explorou um bom enredo com uma segunda temporada impressionante no qual somos reintroduzidos aos personagens Hughie Campbell (Jack Quaid), Billy Bruto (Karl Urban), Leitinho (Laz Alonso), o Francês (Tomer Kapon) e Kimiko (Karen Fukuhara), que formam um grupo que está decidido em derrubar a Vought, corporação corrupta e responsável pela a criação de um popular grupo de super-heróis conhecido como Os Sete.
O líder sociopata do grupo, Capitão Pátria (Antony Starr) acaba de descobrir a existência de seu filho, produto de seu ataque sexual à esposa de Bruto, Becca (Shantel VanSanten). Isso deixou Bruto mais decidido do que nunca em derrubar a Vought e o Capitão Pátria, o que acabou não sendo nada fácil com a chegada de novas ameaças superpoderosas como a vilã Tempesta (Aya Cash).
Vale lembrar e deixar bem claro que The Boys é uma produção voltada aos adultos, a série explora uma violência chocante e que nunca deixa de encontrar novas maneiras de fazer o espectador suspirar de horror. A primeira temporada certamente teve um início incrível, mas infelizmente atingiu um obstáculo no que estava disposto a fazer. Não é o caso aqui, pois a brutalidade continua se cobrindo com sequências novas e inventivas.
Quando você acha que o show não vai ultrapassar uma certa linha, sempre vai. Surpreendentemente, a depravação não parece gratuita, pois constantemente nos mostra a profundidade do mal ou do desespero dos personagens. Em muitos casos, os momentos chocantes conseguem ultrapassar a linha de serem engraçados devido ao quão extremo pode ser. É uma linha muito difícil de caminhar, pois pode ser ofensiva ou desagradável, mas a produção encontra maneiras de fazer com que tudo pareça ter um propósito narrativo.
The Boys direciona seu enredo sobre como as empresas podem abusar de seu poder, o que é fascinante e hilário quando colocado sob as lentes de um super-herói. Há mais do que algumas alusões à onipotência do próprio gênero, já que esses chamados de “super-heróis” são oportunidades de merchandising e os negócios envolvendo entretenimento com heróis é um mercado lucrativo tanto no nosso mundo real e também no imaginário da série. Além disso, a série explora temas atuais como terrorismo, ação militar, paranoia, segurança pública, discriminação racial, feminismo e outras questões dignas de discussão.
Por querer falar de muitas coisas atuais, a narrativa às vezes luta para pegar um bom ritmo, o que torna alguns episódios com menos cenas de ação e com uma história que vai ficando envolvente com o passar do tempo. Mesmo assim há muitas reviravoltas no script, o que deixa todo este contexto bastante profundo com os pontos temáticos que são usados com eficácia para desenvolverem ainda mais os pensamentos, sentimentos e ações dos personagens principais.
Os personagens são de longe a maior força da série e apesar de toda sua violência chocante, a maior parte do tempo de execução é gasta desenvolvendo os personagens de maneira cativante. Tudo é tão aprofundado que você passará de odiar um personagem a sentir pena dele, ou vice-versa. Isso pode parecer uma contradição, mas The Boys entende que ninguém é totalmente bom ou totalmente mau. Para ser claro, nunca somos solicitados a concordar com as ações más, mas podemos entender por que os personagens se sentem os heróis de sua própria história.
No geral, a segunda temporada de The Boys é envolvente, surpreendente poderosa, engraçada e habilmente trabalhada no emocional de cada personagem, o final certamente nos deixa intrigado em aguardar qual a direção que a terceira temporada tomará.
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