CONVENÇÃO DAS BRUXAS | Um remake para apavorar uma nova geração (Crítica)
Quando Convenção das Bruxas (The Witches) 2020 foi anunciado, o primeiro pensamento que tive, foi que esse seria mais um remake caça-níquel. Daqueles que usa nossa nostalgia para vender um ingresso, que de outra forma não iríamos comprar. Mas conforme os nomes envolvidos no projeto começaram a aparecer, o filme foi pouco a pouco conquistando meu interesse. E agora, depois de assistir, vejo que felizmente nesse caso, eu estava muito errado.
Na história que é baseada no livro As Bruxas de Roald Dahl, seguimos os eventos que levam um órfão e sua avó, até um hotel. Onde bruxas de todo o mundo estão se reunindo secretamente, para botar em prática um plano para acabar com todas as crianças do planeta. Agora cabe aos dois e aos novos amigos que juntam no caminho, encontrar uma forma de deter o plano maligno e mais que isso, dar cabo das bruxas de uma vez por todas. Se você já assistiu ao clássico Convenção das Bruxas (The Witches) de 1990, sabe bem o que esperar aqui. Com exceção é claro, de alguns detalhes que foram mudados para dar um ar atualizado e fresco à história.
Visualmente o longa é um colírio para os olhos com uma fotografia que sabe criar um ambiente assustador sem precisar ser exageradamente escura. Na questão do figurino, maquiagem e penteados, o filme também chega a ser um sério concorrente ao Oscar em sua próxima premiação. Além de ser possível ver nitidamente a marca dos produtores Guilhermo del Toro e Alfonso Cuarón impressa em muitos detalhes do longa, e isso só nos deixa com vontade de ver essa parceria se repetir muitas mais vezes. Sendo o único calcanhar de aquiles aqui, os efeitos em computação gráfica que deixam, e muito, a desejar e tem um visual defasado que, quem assistiu Força G em 2009 vai reconhecer.
Outro trunfo de Convenção das Bruxas é o excelente trabalho com o áudio, tanto nos efeitos sonoros quanto nos diálogos. O que os ratinhos de computação gráfica falham em entregar visualmente, é compensado por efeitos sonoros usados com maestria. Outro destaque para o som, é a forma como os diálogos são trabalhados. Especialmente quando a rainha das bruxas está falando, pois a forma que a voz dela é entregue consegue deixar a personagem ainda mais assustadora e imponente e dá uma força ainda maior à atuação de Anne Hathaway.
E por falar em atuações, esse é outro aspecto onde o longa consegue brilhar. Contando com um elenco incrível que além da já comentada Anne Hathaway, conta também com outros astros como a já ganhadora do Oscar, Octavia Spencer que aqui é uma avó que tenho certeza que seria a vovó dos sonhos para muita gente. Também temos Stanley Tucci como o atrapalhado gerente do hotel, Sr. Stringer.
Chris Rock é o narrador e versão adulta do órfão protagonista, e como narrador só faltou que Terry Crews fosse escalado para termos um episódio de Todo Mundo Odeia as Bruxas. Também temos os atores mirins Jahzir Bruno como órfão protagonista e Codie-Lei Eastick como o guloso garoto Bruno, e ambos mandam muito bem nas atuações e dublagem de seus personagens em computação gráfica. Além de todos serem muito bem dirigidos por Robert Zemeckis.
Convenção das Bruxas é um filme que tem tudo para agradar as novas gerações, e mais que isso oferecer uma nova visão da história para quem cresceu assistindo a versão clássica dos anos 90. Além de trazer vários aspectos técnicos primorosos, o que vai agradar também ao publico que curte mais a parte do que fica por trás das câmeras. E faz com que Convenção das Bruxas seja com certeza um dos melhores filmes lançados nos cinemas esse ano.
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