FALCÃO E O SOLDADO INVERNAL | Agora temos um 'novo Capitão América' e o Soldado Invernal (Crítica da Minissérie)
Após o gran finale com Vingadores: Ultimato, a Marvel Studios começou a expandir o seu universo cinematográfico em uma outra mídia, as séries de TV. Essa expansão do MCU teve o pontapé com WandaVision que atraiu um bom e público e agora temos Falcão e o Soldado Invernal, nova série do Disney+ que chegou ao fim e deu aos fãs da Casa das Ideias um futuro com esperança ao estabelecer o que os leitores dos quadrinhos já esperavam, Sam Wilson finalmente assumiu o posto como o novo Capitão América.
Com uma primeira impressão de que as coisas podiam melhorar, inicialmente parecia que a produção não sabia muito o que queria apresentar de novo aos seus fãs, ao mesmo tempo que demorou para um programa que tem apenas 6 episódios. Também é complicado porque a série parece mais um filme, mas isso torna seus erros, como a caracterização de Karli e até a reintrodução de Sharon, algo que faz a Marvel ficar um pouco em sua zona de conforto. Falcão e o Soldado Invernal se sai melhor quando emula o ritmo excelente do ótimo Capitão América 2: O Soldado Invernal e especialmente quando reúne todos os personagens com uma maestria de apenas atingir os pontos da trama.
Isso é fortalecido pelo roteiro envolvente de Malcom Spellman, que montou uma sala quase toda de roteiristas negros para a série. A produção é bastante eficaz em trazer a experiência negra para o primeiro plano, não exatamente como qualquer outro filme de super-herói ou programa de TV tenha feito antes da série que aborda questões tão cotidianas quanto práticas de discriminação. Isso é escancarou os pecados da nossa sociedade atual que acabou construindo uma barreira aos negros. Falcão e o Soldado Invernal lida com essa racismo estrutural de forma franca, sem devaneios e mostra que o homem negro moderno não precisa ter vergonha de assumir quem ele realmente deve ser.
O final da primeira temporada acaba pegando justamente o que Steve Rogers viu em Sam Wilson para assumir o seu lugar como o novo Capitão América, honra ao grande legado. Particularmente eu não esperava que esta série desse a Sam um espaço para explorar sua seus traumas como um homem negro em uma sociedade totalmente discriminatória e isso reflete bem situação geopolítica em que vivemos, fazendo com que a atuação de Anthony Mackie como Sam Wilson tenha uma força motriz como um novo símbolo de esperança ao povo no MCU que estão perdidos após a dizimação que Thanos fez em nosso planeta. O personagem parece entender o que os outros personagens sentem e ele acaba transmitindo um tipo de inteligência emocional que eu nunca esperei ver em qualquer filme ou série de super-herói.
Mesmo tem bom pontos, a série acerta e erra no uso da bela Emily VanCamp. A atriz sempre sofreu com história pouco interessante envolvendo Sharon Carter e agora temos que lidar com uma ironia dramática do público em saber que Sharon é uma vilã, enquanto Sam ainda confia nela. Em uma reviravolta estranham Sharon acaba obtendo seu perdão total voltando para a CIA e com isso descobrimos que ela tem o interesse em vender e comprar segredos de inteligência dos EUA. Alguns rumores indicam como Sharon acabou virando a casaca e apontam que a personagem é na verdade agora uma Skrull, o que faria até sentido em vermos o interesse dela sobre os segredos do governo americano e também casaria bem com a produção de Invasão Secreta que será lançada em breve. Esperançosamente, Sharon até que funcionou bem em alguns quesitos e se formos igualar com John Walker que começou bem e decaiu também, mas a série acabou errando feio com a grande antagonista da série, Karli Morgenthau. Sharon e Walker funcionaram bem melhor do que ela como um anti-herói e a caracterização da personagem foi mal administrada ao longo da série com o seu proposito começando a fazer sentido só nos últimos episódios.
O seu pouco ou nenhum desenvolvimento fizeram com que a principal antagonista não deixasse nenhuma saudade e isso fica evidente na conversa de Sam na luta contra Karli, indicando como a personagem foi extremamente fraca em suas motivações ao ficar desesperada para o Capitão América revide seus golpes. A cena até lembra a luta de Steve com Bucky em Capitão América 2: O Soldado Invernal, mas Sam e Karli não tem nada perto da conexão que Steve tinha com Bucky. A produção explora bem o quesito em explorar feitos que deram certo em filmes anteriores do Capitão América, mas percebe-se que essa tática acabou sendo estranha, talvez porque desta vez o Capitão América é mais um diplomata do que um soldado.
A Marvel continua ficando em sua zona de segurança no quesito dar um proposito novo para alguns personagens. John Walker definitivamente ficará no MCU, mas a série poderia ter explorado mais seus traumas e o seu lado maldoso, o que vimos foi pouco em apenas 6 episódios e a motivação no final em apenas tenta vingar Lemar no confronto Karli que acabou sendo fraco. Pelo menos foi interessante ver que finalmente o personagem virou o anti-herói ou vilão Agente Americano, o que faz com que a Marvel mais uma vez de forma tímida, acabe dando um norte que podemos ver os Thunderbolts em um futuro próximo, pois isso ficou claro com a participação especial da atriz Julia Louis-Dreyfus como a Madame Hydra.
Mesmo com alguns coadjuvantes tendo um desenvolvimento tímido, em compensação outro protagonista teve um ótimo desenvolvimento. Finalmente vemos a forma de Bucky Barnes que sempre queríamos ver. Um cara que deixa seus traumas no passado, que finalmente consegue a redenção para continuar vivendo sem sofrer e ver Sebastian Stan sorrindo e até sendo elogiado por ser um herói faz com que a gente adore e perdoe o Soldado Invernal de qualquer coisa que ele tenha sofrido e feito no seu passado. Em falar em coisas feitas antes, eu peço perdão a Daniel Brühl com Zemo. Confesso que não gostei do personagem em Capitão América 3: Guerra Civil, mas em Falcão e o Soldado Invernal finalmente temos o Barão Zemo, um vilão bem mais desenvolvimento, astuto, inteligente, aproveitador e manipulador. Brühl consegue roubar a cena toda vez o Zemo aparece, seja com suas falas intrigantes ou com suas decisões duvidosa. Isso faz com que a gente acabe torcendo para que o personagem saia logo da prisão na Balsa, que fica no meio do oceano, e se junte logo com os Thunderbolts.
No geral, Falcão e o Soldado Invernal teve uma boa temporada, o show termina com um novo nome: Capitão América e o Soldado Invernal, um nome que representa um novo símbolo de esperança e prepara o público para um futuro do MCU mais diversificado e inclusivo.
Trailer:
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