MALIGNO | Crítica do filme
Dando uma pausa em grandes produções de aventura, Wan retorna
às suas raízes de terror com Maligno, que faz com ele brinque com o que lhe deu
prestigio e aproveite tudo o que a Warner Bros. pode lhe oferecer de orçamento. Embora
Maligno ofereça aos fãs de terror um potencial incrível em alguns momentos, o
longa se desintegra completamente à medida que o filme avança, pois vemos essa
tensão independente gerada pelo terror evoluir para um final tipicamente comum.
A produção nos mostra a protagonista Madison (Annabelle
Wallis) paralisada pelo medo de visões chocantes e o seu tormento piora à
medida que ela descobre que seus sonhos são realidades aterrorizantes. Essa
única linha resume perfeitamente a maneira genial como este filme nos expõe à
força invisível que está devastando uma equipe de médicos que cuidaram de nossa
estrela principal quando ela era mais jovem.
Agora com amnésia sobre seus anos mais jovens como um rato de laboratório, ela agora está mais velha e tendo visões de inúmeros assassinatos como se estivessem ocorrendo bem diante de seus olhos. O nome Gabriel permanece em sua mente durante toda essa matança e essa força malévola está de alguma forma controlando-a, pois eles compartilham uma conexão obscura que o filme mais tarde explora.
Sem estragar o enredo do filme, esta explicação limita-se a
uma narrativa extravagante, boba e quase cômica de super-heróis que, embora
hilária em muitos lugares, inclui uma cena de luta assassina que pareceria
deslocada de alguma cena de Matrix.
O ato final de Maligno parece a história de amadurecimento de
um super-herói que James Wan poderia usar, enquanto os lentos atos de abertura
que queimam a tensão homenageiam bem suas raízes de terror. A produção parece
muito autoindulgente antes de mergulhar nas cenas com CGI e efeitos práticos,
neste quesito Wan usa sua experiência em emergir o espectador na história vazia com belos takes que são de aplaudir. O cineasta mostra porque é um dos diretores mais badalados do momento e trabalha com sua câmera de forma exuberante.
Mesmo com uma boa direção, Maligno peca em um enredo que mostra personagens secundários com os quais você não dá a
mínima e arcos de história que meio que desaparecem quando o filme chega ao fim.
Mas mesmo assim, Maligno ainda não é um filme terrível e algumas cenas
de tensão revelam momentos nos quais James Wan parece estar se divertindo em relembrar como o
seu passado foi tão glorioso nos filmes de terror.
Madison começa a ter sonhos aterrorizantes de pessoas sendo brutalmente assassinadas e acaba descobrindo que, na verdade, são visões dos crimes enquanto acontecem. Aos poucos, ela percebe que esses assassinatos estão conectados a uma entidade do seu passado chamada Gabriel e, para impedir a criatura, Madison precisa investigar de onde ela surgiu e enfrentar seus traumas de infância.
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