JOLT | Crítica do filme
O filme começa cedo com um narrador explicando a condição de
Lindy, que é chamada de Transtorno Explosivo Intermitente e o enredo trata de
abordar de forma ligeira toda a aflição que afetou os primeiros anos de Lindy.
Isso leva a alguns momentos divertidos (por exemplo, a jovem Lindy quebrando o
rosto de uma criança em um bolo), até que a Dr. Munchin chega com um colete
especial forrado com eletrodos, ativado por um botão no polegar, que permite
que Lindy tenha controle do seu problema.
Em termos de suspense de ação, você não pode ter uma
personagem dando a si mesmo choques elétricos regulares sem imediatamente lembrar
de Adrenalina (2006), o tumultuoso thriller de Jason Statham no qual seu Chev
Chelios com cabeça de bala teve que continuamente tomar choques para manter sua
frequência cardíaca acima do ponto em que iria matá-lo. Se comparamos as duas
histórias, Adrenalina acaba sendo mais
eficaz em impulsionar o problema em tomar choques elétricos de Che Chelios como
uma válvula de escape inteligente para as cenas de ação, já Jolt coloca que os choques
elétricos acabam impedindo Lindy Lewis de cometer violência.
Infelizmente com este conceito é defeituoso desde o início,
já que simplesmente não é interessante assistir Lindy tentando parar de bater
nas pessoas o longa tenta contornar isso incluindo sequências violentas de
fantasia para mostrar o que aconteceria se ela não continuasse pressionando o
botão, mas isso apenas reduz a ação a um thriller em que metade da ação não
está realmente acontecendo.
Talvez seja injusto criticar um filme como este por não
parecer realista, mas ao mesmo tempo, o roteiro inclui tantos momentos que
nunca aconteceriam que parece que está deliberadamente tentando irritar o
espectador ou fazê-lo de idiota. Já é estranho o suficiente que Lindy já não
esteja presa por várias acusações de agressão, mas também há coisas como o
jeito que ela simplesmente entra casualmente em uma delegacia de polícia e olha
seus arquivos, aparentemente sem ser notada.
Seria mais fácil perdoar as inadequações do roteiro se as
cenas de ação fossem emocionantes, mas elas são dolorosamente genéricas e mal
coreografadas, tornando-as nada divertidas de assistir. Da mesma forma, o
roteiro dá muita importância ao fato de Lindy ser mais forte e mais rápida por
causa de sua condição, mas não há nenhum momento no filme em que isso seja
aparente ou tenha algum uso real. Há um momento em que o filme tenta ser ousado
e provocativo durante uma cena de briga, mas sai pela culatra, porque ver Lindy
jogando bebês da maternidade em uma policial para escapar não é tão chocante
nem tão hilário quanto o filme tentou passar.
Os problemas de ação também não param por aí, pois há uma perseguição
de carros extremamente mal editada (a ponto de Wexler nem se dar ao trabalho de
direcionar Beckinsale para que pareça que ela esteja dirigindo) e também há
várias explosões que parecem ter sido incluídas para animar um pouco as coisas.
Lindy (Kate Beckinsale) vive com uma condição rara: ela tem impulsos assassinos esporádicos. Contrariando sua natureza incomum, ela finalmente confia em um homem e se apaixona, mas acaba o encontrando morto no dia seguinte. Inconformada e de coração partido, Lindy embarca em uma missão sangrenta em busca de vingança.
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