O LABIRINTO | Crítica do filme
Estreando como diretor, Carrisi tem um começo regular e que
merece um bom adendo na parte técnica em cuidadosamente destacar boas paleta de
cores na sua direção de arte, o diretor aponta para o subgênero “giallo” dos
anos 80 e o seu filme todo parece uma sequência de um sonho, embora seja mais
ficção policial processual do que qualquer outra coisa ao focar em suas ótimas performances. Dustin Hoffman como o Dr. Green que
está tentando entrar na mente de uma bela vítima e Toni Servillo como um
detetive moribundo que tem como objetivo nas últimas horas da sua vida pegar o
assassino carrega o filme em seus ombros. A história tem uma estrutura
episódica, mesmo com seu começo arrastado e que poderia ter sido mais elaborado
por Carrisi, a produção não perde o seu teor e definitivamente acaba ganhando
potencial em se tornar um bom mistério.
Entretanto, Carissi acaba tendo uma falha crucial na
revelação do enigma ao colocar no centro do sequestrador de Samantha e o tempo
dentro do labirinto. Constantemente, os fios começam a se amarrar em si
mesmos até que a intriga se torne afetada e
desinteressante. Comparativamente, Servillo está em um filme totalmente
diferente que aborda um realismo fundamentado em imagens sombrias. Mesmo
com algumas escolhas de direção peculiares de Carissi, o poder silencioso por
trás da presença de Servillo desperta um interesse que atrai os coadjuvantes e
até o espectador.
Mesmo sem a sinergia necessária entre as duas narrativas
abordadas, O Labirinto se atrapalha também ao amarrar um potencial
tremendo ao arrastar seus aspectos em um encontro apoteótico que acontece de forma broxante, chega ser até um outro crime em nunca permitir que Dustin Hoffman
compartilhe mais tempo de tela com Toni Servillo, o que acaba roubando do filme a
seriedade que ele estava construindo e ao invés disso, leva Hoffman a uma parte
inconsciente que pelo segundo ato do filme já desvenda o que se pretende ser
uma revelação principal.
Ironicamente, O Labirinto se encontra isolado em
uma de suas criações, perseguindo incessantemente um conceito lucrativo que
vagueia por becos sem saída e loops eternos. Os impactos psicológicos de
trauma e abuso jogam bem no dispositivo narrativo do jogo de gato e rato em um
labirinto interno que aborda os horrores mais sombrios que se escondem. Da
mesma forma, em alguns momentos a cinematografia de Federico Masiero explode de
criatividade na composição de pistas de áudio e iluminação, mas tudo parece
desperdiçado em uma perseguição infrutífera e fraca.
A adolescente Samantha é raptada a caminho da escola. Quinze anos depois, ela está no hospital, em estado de choque, com o Dr. Green ao seu lado. Juntos, eles resgatam as memórias de Samantha no labirinto, uma prisão subterrânea, aparentemente sem saída, em que alguém forçou a jovem a jogar e resolver enigmas, recompensando seus sucessos e punindo seus fracassos. Também ansioso para resolver o mistério está Bruno Genko, um investigador particular de talento excepcional. Ele não tem muito mais tempo de vida e, por isso, o caso de Samantha é o seu maior desafio.
Nenhum comentário