MEU FILHO | Crítica do filme
Durante as filmagens do remake do diretor e corroterista Christian
Carion de seu próprio filme francês de 2017, McAvoy foi o único membro do
elenco a não receber um roteiro. Em vez disso, o ator escocês recebeu apenas
uma breve história de fundo de seu personagem e depois teve que improvisar seu
caminho no filme.
No longa, James McAvoy interpreta Edmond Murray,
um escocês com um misterioso trabalho no exterior que é forçado a voltar para
casa quando descobre que seu filho Ethan desapareceu de um acampamento. O
protagonista fica cara a cara com sua ex-esposa Joan Richmond, interpretada
pela vencedora do Globo de Ouro, Claire Foy, assim como seu novo noivo Frank
(Tom Cullen) e o prestativo inspetor de polícia Roy (Gary Lewis). Devastado
pela culpa por causa de sua ausência prolongada na vida de seu filho, Edmond
toma medidas cada vez mais drásticas para achar Ethan, enquanto tenta descobrir
se há uma segunda razão para seu misterioso desaparecimento.
Carion, que filmou o original da mesma maneira queria
injetar tensão, suspense e surpresa reais no gênero thriller. Infelizmente, em
vez de acrescentar algo novo ao longa, a decisão de manter McAvoy no escuro
prova ser mais um obstáculo criativo no desenvolvimento da trama, pois na
verdade, o astro poderia ter contribuído ainda mais no enredo se ele realmente
soubesse no que estava atuando, pois se tivessem tentado incluir McAvoy no
processo criativo de leitura do roteiro antes de iniciar as produções, Meu Filho
poderia ter tirado algo muito mais singular da atuação de McAvoy e não usar um
truque que rapidamente se torna cansativo.
Carion e seu diretor de fotografia Eric Dumont filmam
o interior Escócia com uma majestade e elegância que realmente permitem que a
beleza natural da região brilhe na tela. Ao mesmo tempo, eles também mostram
uma habilidade para criar uma atmosfera de suspense em cenários simples e
esparsos. A trilha evocativa de Laurent Perez Del Mar também contribui
para o drama, dando ao longa um ritmo que ajuda a cobrir as rachaduras de seu
enredo fraco e a dependência da exposição.
Se James McAvoy se esforça com o pouco que deram para
ele, acabamos tendo destaque para quem conseguiu ler o roteiro, Claire Foy acaba
atuando de forma surpreendente e acaba sendo absolutamente dominante como a mãe
desesperada procurando por seu filho. Depois de transmitir imediatamente as
lutas e angústias de sua personagem de uma maneira sutil, mas ainda eficaz, Foy
mostra uma determinação feroz e bravura inspiradora à medida que o filme vai se
encaminhando para o ato final.
Foy é tão impressionante que sua vantagem sobre McAvoy
parece injusta, pois McAvoy tem apenas dois níveis em sua atuação neste filme,
que é respondendo silenciosamente ou está explodindo de raiva e violência com
um magnetismo inato que o salva de algo que poderia ser considerado até um
pouco forçado. No entanto, todas as ferramentas estavam lá para ele criar um
retrato mais completo de um pai desesperado e que poderia ter sido realmente
ressonante e poderoso. Em vez disso, suas limitações são emblemáticas do motivo
pelo qual o filme é muito leve e simples para ser algo mais do que intrigante.
Edmond (James McAvoy) e sua ex-mulher, Joan (Claire Foy), descobrem que seu filho de 7 anos desapareceu em um acampamento. Aos poucos, os pais percebem que estão lidando com um sequestro e agora eles entram em uma corrida desesperada pelo paradeiro do filho.
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