CAVALEIRO DA LUA | Crítica da minissérie
Obviamente é um pouco difícil de mudar totalmente em time que está ganhando, mas Cavaleiro da Lua (Moon Knight) tem o seu crédito em ser diferente em tudo o que UCM trabalhou até agora. Recentemente tivemos o fim da história deste novo herói e mesmo que o show tenha sido acelerado em preencher algumas lacunas na medida em que a história avançava, podemos dizer que está saga alucinante, que também manipula alguns elementos misteriosos, se destaca de todas as melhores maneiras, pois em Cavaleiro da Lua os roteiristas tiveram total respaldo para demonstrar adequadamente o transtorno dissociativo de identidade que o protagonista sofre.
A exploração da cultura egípcia com a apresentação de
deuses como Khonshu, Ammit e Taweret foram fabulosas e o showrunner Muhammad Diab não
teve vergonha de explorar as areias e divindades em um cenário filmado de forma exuberante por
ele e sua equipe, que mostraram que durante os seus 6 episódios um show que acabou tendo uma boa fotografia, direção e produção.
Vale destacar que a Marvel reescreveu
fortemente o cânone do personagem com a adição de novos e velhos personagens, ver a
personalidade de Stephen Grant tendo mais protagonismo do que
a personalidade original do mercenário Mark Spector, que em tese
deveria ser a versão principal do personagem, acabou sendo uma boa saída para
transmitir afeto do público com um toque Marvel, um personagem amigável,
sofrido e não uma personalidade tradicional, estilo brucutu no qual Spector
demonstrava a todo momento em Cavaleiro da Lua.
A série usa bem seu material original, os quadrinhos, e para quem conhece bem o personagem dos gibis acaba percebendo que isso é transmitido em todos os episódios para apresentar a história de Mark Spector com maestria e ao mesmo ignorando completamente os eventos do UCM. Particularmente isso foi ótimo para que o talento de Oscar Isaac acabasse dando confiança para que a série seguisse um caminho com total liberdade em criar uma história misteriosa, que acabou gerando um enredo bastante rico e as vezes um pouco confuso.
Mesmo assim, o roteiro consegue
se sobressair dos comodismos da Marvel em deixar tudo mais suave e pop, fazendo
com que a gente tenha uma força motriz em querer acompanhar o talento misturado
com uma boa versatilidade de Oscar Isaac, Ethan Hawke e May Calamawy, que literalmente roubam as cenas em todos os momentos da série.
A trama acompanha Steven Grant, um homem gentil e simpático, que trabalha em uma loja de presentes. Ele é uma pessoa comum, mas que sofre com constantes “apagões” e tem memórias que parecem ser de uma vida que não é a sua. Em um determinado momento, Grant descobre possuir uma Desordem Dissociativa de Identidade e, por isso, “compartilha” o próprio corpo com Marc Spector. Trata-se de um mercenário que também é o implacável avatar de Khonshu, o deus egípcio da lua.
À medida que os inimigos de Marc também interferem na rotina de Grant, ele precisa aprender a lidar e a se relacionar com seu alter ego. Com outros motivos em jogo, os dois devem navegar entre suas identidades complexas em meio a uma batalha mortal travada entre os poderosos deuses do Egito.
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