MS MARVEL | Crítica da minissérie
O programa é tanto sobre pessoas comuns aprendendo a aceitar
as peculiaridades extraordinárias do destino, quanto sobre viagens
interdimensionais e feitos de super-heróis que mudam a dinâmica dentro de uma
família paquistanesa-americana com um legado que coloca seu membro mais jovem
em desacordo com várias forças.
Ms. Marvel entrega uma super-heroína que é nova em muitos
aspectos, desde os seus trejeitos e manias, a minissérie serviu para apresentar Kamala
Khan (Iman Vellani) quase que em sua essência dos quadrinhos, com a diferença na forma de seus poderes que sofreram uma "mutação". Entretanto representar Kamala como uma grande
fã dos Vingadores e explorar sua mente fértil com uma pulseira aparentemente inócua
que sua avó em Karachi entregou para sua mãe e que ela achou para desbloquear seu lado sobre-humano. Sua mãe
Muneeba (Zenobia Shroff) descartou essa herança e Kamala acaba fazendo o
contrário ao unir quatro gerações de mulheres de uma família deslocada pela
violência que abalou o subcontinente indiano durante a Partição.
A minissérie mostra Kamala vivendo com seu pai Yusuf (Mohan
Kapur), a mãe de olhos de falcão Muneeba e seu irmão mais velho, Aamir (Saagar
Shaikh), cujo casamento está próximo. Os Khan juntaram os cacos e seguiram em
frente, construindo uma vida em Nova Jersey, onde as crianças são livres para
serem quem quiserem ser e essa transição não será fácil para Kamala que contarácom o apoio de sua amiga e ativista Nakia (Yasmeen Fletcher), que joga seu
chapéu no ringue para a eleição do conselho da mesquita e coloca a luta em
perspectiva quando explica por que usa um véu tradicional.
Ms. Marvel foi criado por Bisha K. Ali e dirigido por Adil
& Bilall, Meera Menon e Sharmeen Obaid-Chinoy, é um drama de Hollywood que
encontra uma aventura de super-heróis do MCU na qual mostra representações de
Bollywood com números musicais animados, temos até uma participação especial do
e ator e diretor Farhan Akhtar. Ms. Marvel é mais do que apenas uma saga de
super-heróis destinada a preparar o cenário para a entrada de Kamala Khan e sua
família no próximo filme de tela grande The Marvels. Grande parte da história
se concentra nos movimentos da heroína para reconciliar a normalidade de sua
criação e meio com o futuro singular que o destino reserva para ela.
A série vai além dos parâmetros de um drama de
amadurecimento para se concentrar em uma intensa disputa por afirmação e
aceitação de identidade. Mas não são meros pontos que a série ganha
em nome do multiculturalismo e transmite uma sensação de revolução completa. Além do
fato de que a paquistanesa-canadense Iman Vellani é um deleite absoluto de
assistir, pois traz uma combinação alegre de uma garota de 16 anos
e os desafios de uma jovem que está passando por mudanças, a Marvel guia o público em uma história
emaranhada que até então estava muito além do véu do UCM, a história da
Partição do subcontinente indiano que deixou um rastro de vidas desfeitas em
seu rastro.
Ms. Marvel é uma série de seis episódios, mas quando
assistida de uma só vez, pode ser tratada como um filme independente de cinco
horas, porque o que o produtor Kevin Feige e a Marvel Studios criaram é uma
história que ao contrário da maioria de outros programas da web, não depende de
finais episódicos e nem de um humdinger para sustentar a emoção e garantir que
o espectador continue voltando para mais.
O show oscila bastante, mas acaba seguindo um ritmo
narrativo sustentado e flexível, ao se mover no mundo interior de Kamala Khan
para o universo além de seus arredores imediatos e fazendo com que a produção
tenha um uso generoso de passagens animadas que de certa forma servem ao
propósito que os balões de pensamento fazem nos quadrinhos, fornecer um
vislumbre da mente da personagem principal. Eles também dão vida em cores vivas
aos planos que Kamala traça com seu melhor amigo Bruno Carrelli (Matt Lintz). A
sugestão de um triângulo amoroso envolvendo Kamala, Bruno e Kamran (Rish Shah),
um novo amigo do ensino médio por quem a protagonista desenvolve uma paixão e
permanece apenas nisso, uma sugestão.
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