Crítica do filme animado Gato de Botas 2: O Último Pedido
O enredo do longa mostra que o lendário Gato de Botas tem um problema, ele usou oito de suas nove vidas. Agora confrontado com sua própria mortalidade e com um caçador de recompensas chamado Lobo Mau (Wagner Moura/Sérgio Moreno) em seu encalço, o Gato de Botas decide se retirar para uma casa de resgate de gatos para viver o resto de seus dias sem se aventurar e correr riscos. Mas quando ele tem a oportunidade de encontrar a mágica Estrela dos Desejos e desejar mais vidas, ele agarra a chance. Junto com sua velha amiga, Kitty Pata-Mansa (Salma Hayek/Miriam Ficher) e um aspirante a cão de terapia, Perrito (Harvey Guillen/Marcos Veras), o Gato de Botas parte para o prêmio final, mas ele não é o único que tem esse desejo.
Também estão em busca da estrela o magnata das tortas e colecionador de magia Grande Jack Horner (John Mulaney/Guilherme Briggs) e a Cachinhos Dourados (Florence Pugh/Giovanna Ewbank) e a Família do Crime dos Três Ursos, que são o Papai Urso (Ray Winstone/Ricardo Rossatto), Mamãe Urso (Olivia Colman/Isabela Quadros) e Bebê Urso (Samson Kayo/Sérgio Malheiros). Cachinhos Dourados e os Três Ursos têm uma dinâmica e uma química tão divertida e o que obtemos de todos os personagens é uma graça deliciosa de se ver em tela com um humor negro cativante.
Fora ainda que a animação traz temas sobre a mortalidade,
que são combinados com mensagens sobre confiança, amizade, otimismo e
valorização do que você tem, o que resulta em uma história de várias camadas
que certamente ressoará com crianças e adultos. Há também um bom equilíbrio
entre humor e momentos sinceros, o que é difícil de encontrar nos roteiros
modernos.
O ponto alto do filme é uma montagem das mortes do Gato de Botas,
tratadas de uma maneira familiar. O cão de terapia rouba o show, com sua
positividade desenfreada diante de uma vida inteira de bullying. O bullying
real não é engraçado, mas a atitude do personagem apesar do bullying mostra o
seu otimismo e o seu nível de fofura durante o filme vai ficando promete cativar
todos.
A DreamWorks tem um estilo de animação muito distinto, tanto
em 2D quanto em 3D. Um dos melhores aspectos dessa produção é que ela dá seu
próprio toque ao estilo 3D, afastando-se do fotorrealismo e adotando um estilo
mais pictórico, tendo pontos em 2D que lembram quase momentos de histórias em
quadrinhos. As cenas de ação são mais interessantes do que nas produções
anteriores da franquia Shrek e os cenários coloridos e fantásticos são
lindamente renderizados.
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