Crítica do filme Velozes e Furiosos 10
Neste novo filme por exemplo, Vin Diesel cai de dois
penhascos e isso nem é a coisa mais sem noção que ele faz. O melhor é quando
ele sai de um avião e cai cerca de 30 metros em uma rodovia, bem no meio de uma
perseguição em alta velocidade.
Outra coisa boa e forçada de ver é quando dois helicópteros
tentam tirar seu carro da estrada com braçadeiras e cordas, ele faz uma manobra
sofisticada que faz com que os helicópteros se choquem e explodam. Em seguida,
ele arrasta os helicópteros em chamas pela rodovia, virando-os na direção certa
para que os destroços acabem com os carros que o seguem.
Todas essas sequências são bem divertidas e seguem a
primeira regra dos filmes de ação, temos que ver alguma explosão em menos de 3
minutos nas cenas e Velozes e Furiosos 10 explora isso com maestria, o que
torna o longa bastante divertido. Tudo isso é conquistado pela ótima atuação de
Jason Momoa como o novo vilão, Dante, que passa pela vida alegre, tão cheio de
amor próprio que sempre parece que está prestes a se abraçar. Ele gosta de uma
boa piada, fala alegremente com cadáveres, mata centenas de pessoas e tem uma
obsessão irresistível que dá propósito à sua vida: ele quer fazer Dominic
Toretto (Diesel) sofrer.
Bem, lembram do popular Velozes e Furiosos 5: Operação Rio? Em
uma das cenas finais deste filme, Dominic Toretto e seu amigo Brian (o eterno Paul
Walker) roubam um enorme cofre usando dois carros de corrida e o arrastam pelas
ruas do Rio de Janeiro, destruindo carros, lojas e laterais de edifícios, reprisando
algumas das filmagens do 5º longa da franquia e intercalando com novas cenas envolvendo
Dante, que é filho do homem cujo cofre foi roubado e ele está resmungando sobre
esse infeliz incidente há cerca de 12 anos.
Em termos de história, é bom que o vilão tenha um motivo
forte de vingança, mas seria ainda melhor se o herói tivesse um e infelizmente o
que temos é somente Dominic Toretto lutando para manter o seu status quo. Nem a
tentativa de Dante de matar sua esposa (Michelle Rodriguez) e seu filho (Leo
Abelo Perry) são ameaças que geram algum receio ao público que já espera por
algo incrível de Toretto e sua família que será resolvido com um simples aperto
no botão de nitro.
Pois como sempre nesta franquia há muita coisa ridícula,
como quando a CIA e metade dos criminosos do mundo estão atrás de Dom, mas ele
aparece para uma corrida de rua no Rio e ninguém fica sabendo. Mas o ridículo
nunca foi um problema para a franquia e os melhores filmes de “Velozes e
Furiosos” não se levam a sério. Eles fingem se levar a sério, mas de uma forma
que sabemos que eles sabem que estão fingindo e todos nós estamos na
brincadeira em uma trama sobrecarregada de falas piegas e evocações de família
acima de tudo, algo que para quem acompanha a franquia está cansado de ver e
isso se repete com firmeza neste novo capitulo.
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