RETRATOS DE UMA GUERRA | Um lado desconhecido e cruel da 2ª Guerra (Crítica)
Inspirado pelos eventos verdadeiros e angustiantes dramatizados no best-seller lançado em 2011 por Ruta Sepetys e ambientado no meio do genocídio de Stalin ao povo Báltico, estamos em 1941 e enquanto a guerra está sendo travada por toda a Europa, uma garota de 16 anos chamada Lina (Bel Powley), que aspira ser uma artista, conta com seu pai dando-lhe esperança de que um dia ela será aceita em uma escola de arte de prestígio. A amplitude da esperança induzida pelo pai no início do filme é reduzida pela depressão total pelo resto do filme, enquanto Stalin aterroriza as regiões do Báltico.
Com o objetivo claro de despertar em seus espectadores a mesma indignação de tortura e tormento intolerável que deu a filmes como A Lista de Schindler e O Menino do Pijama Listrado a fama de mostrar com veracidade o lado podre da Segunda Guerra Mundial, Retratos de Uma Guerra tem como força motriz esse pano de fundo sombrio para desenvolver seu trabalho pesado. Sem nuance ou fervor, o roteiro (escrito por Ben York Jones) recicla impensadamente a fórmula banal de tantos contos comoventes que vieram antes. Testemunhar os horrores da guerra, embora através das lentes de relatos fictícios e um melodrama angustiante fazem com que o filme avance rápido e o tempo de execução de 99 minutos são consumidos de forma inesperada.
A produção prevê a experiência que as famílias tiveram que passar enquanto os soldados russos as levavam à força para os trens e as colocavam no acampamento. Algumas cenas são sombrias e completamente desanimadoras, enquanto outras são perturbadoras de se testemunhar. A principal força da história vem de Lina e sua mãe (Lisa Loven Kongsli), duas mulheres que refletem tanta força e resiliência em condições terríveis, enquanto o pai da família está desaparecido, mas ambos se agarram à esperança em condições frias e monótonas. Curiosamente, a história envolve um soldado que está dividido por suas alianças com a Ucrânia (Martin Wallström) e seu conflito é um retrato das deficiências da ditadura.
Por meio de uma paleta de cores sombria e implacavelmente silenciosa, o diretor Marius A. Markevicius escolhe mostrar Lina crescendo em força enquanto a determinação de sua mãe enfraquece ao longo da história, o que torna o enredo meio enfadonho e um pouco vazio por não sabermos quase nada sobre Lina, mesmo que a história se destaque pela sobrevivência e injustiça deste acontecimento bastante sombrio, a produção acerta com um bom detalhamento da época, fazendo o longa se destacar por mostrar os assassinatos em massa decretados sob o regime soviético.
Retratos de Uma Guerra vende a premissa de que seu trabalho artístico será a virtude de um futuro melhor, mas, francamente, não há muita felicidade neste filme. Na verdade, o longa mergulha na depressão, na atmosfera fria e na realidade da situação dos personagens e o filme se torna honesto e assustador em capturar momentos nunca esquecidos em nossa história e como os créditos finais nos lembram, a luta continua até hoje.
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