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O 3º ANDAR: TERROR NA RUA MALASAÑA | Jump scares em espanhol (Crítica)

Quando o assunto é filmes de terror, não é incomum sermos surpreendidos por alguma obra estrangeira, fora do eixo norte americano. Normalmente esse tipo de filme nos surpreende justamente por trazer consigo ideias e conceitos tão originais, que jamais veríamos algo parecido no industrializado cinema hollywoodiano. E O 3º Andar: Terror na Rua Malasaña (Malasaña 32) 2020 com certeza surpreende, mas infelizmente, não de uma forma boa. Aqui o diretor Albert Pintó usa todos os clichês da cartilha dos filmes de terror, todos. Deixando de lado o que poderia ser considerado homenagem, para em muitos momentos abraçar a cópia descarada mesmo.

(Imagem Promocional: O 3º Andar: Terror na rua Malasaña – Paris Filmes)

A história do filme, que diga-se de passagem, é vendida igual a qualquer um dos filmes do Invocaverso, com o mesmo papo de ser baseada em eventos reais. Nela a família composta pelo pai Manolo (Iván Marcos), mãe Candela (Bea Segura), filha Amparo (Begoña Vargas), filho mais velho Pepe (Sergio Castellanos), filho caçula Rafael (Iván Renedo) e o avô Fermín (José Luis de Madariaga), trocam o campo para se mudar para um apartamento na capital, o que eles não podiam esperar é que a antiga moradora não ia deixar uma coisa de menor importância como a morte, obrigá-la a sair do local.

O filme possuí uma arte cativante, recriando de forma muito interessante a rua Malasaña dos anos 70, com prédios que nessa época já estavam em decadência. O visual dos personagens também é muito bem trabalhado, desde a roupa até cabelo e maquiagem tudo ajuda na imersão de que realmente estamos em 1976. O visual da entidade também é muito criativo e fica no meio termo entre bruxa e assombração, com o roteiro certo esse visual teria sido muito melhor usado. O ponto negativo aqui vai pelo uso clichê da fotografia escura, que em muitos momentos não colabora em nada com a atmosfera do filme.

(Imagem Promocional: O 3º Andar: Terror na rua Malasaña – Paris Filmes)

Sobre o som, Pintó parece querer causar mais impacto com o som do que com o visual ao longo da história, é fato que o som é muito importante para um jump scare. Mas se você ficar utilizando o recurso de colocar sons super altos aleatoriamente e sem nenhum motivo ao longo da cenas, vai acabar acostumando seu espectador com isso e no momento que for usar para algo direcionado, o jump scare terá perdido a maior parte de seu impacto. Falando da parte técnica, a edição de som do filme é super competente, só parece mal dirigida.

As atuações de O 3º Andar: Terror na Rua Malasaña, com certeza não são memoráveis, mas esperar algo melhor desse gênero é querer de mais. O maior destaque talvez fique com a protagonista Begoña Vargas, que carregou bem sua Amparo ao longo da história e que com uma direção melhor poderia ter surpreendido muito mais. Iván Renedo também traz seu Rafael muito bem. Quanto ao resto do elenco, todos trazem a atuação arroz com feijão esperada para fazer o filme andar.

(Imagem Promocional: O 3º Andar: Terror na rua Malasaña – Paris Filmes)

Em resumo O 3º Andar: Terror na Rua Malasaña tem uma construção de mundo muito interessante que se perde nos clichês do gênero e “homenageiam” de mais obras clássicas do terror ao invés de buscar sua própria originalidade. Mas se você só quer se desligar da realidade e tomar alguns sustos, especialmente se filmes como Invocação do Mal e A Maldição da Chorona forem a sua praia. Nesse caso O 3º Andar: Terror na Rua Malasaña é mais que recomendado para você, e com certeza vai garantir bons pulos na cadeira.


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