ENOLA HOLMES | Uma aventura morna e divertida (Crítica)
Você sabia que Sherlock Holmes tinha uma irmã adolescente? E se fosse descrever ela, você diria que ela seria tão cativante, sarcástica e durona como ele? Neste novo filme Original Netflix, somos apresentados a encantadora Enola Holmes, personagem baseada nos romances de mesmo nome de Nancy Springer.
Como a autora escreveu seis livros sobre a personagem, a gigante do streaming espera que a produção cative muitos fãs com um super elenco, o que tornaria Enola Holmes em uma franquia bastante promissora na plataforma de streaming. Ele pode funcionar como um filme independente para que jovens se ambientem no fantástico mundo criado por Sir Arthur Conan Doyle e pode ser usado também para filmes como uma continuação sobre o futuro de Sherlock Holmes.
Enola Holmes é um conto de aventura, mistério e descoberta. Millie Bobby Brown encarna Enola perfeitamente, fazendo da atriz uma escolha fantástica no papel principal. Embora você provavelmente vá descobrir tudo antes de Enola, o filme faz escolhas que não devemos levar muito a sério.
Devido à sua rápida abertura, conhecemos Enola (Millie Bobby Brown) e aprendemos muito sobre sua criação e missão atual. Sua mãe (Helena Bonham Carter) desapareceu e Enola decide encontrá-la. Como seria de se esperar, a história daí envolve pistas e aventura em boa medida, fazendo valer a pena assistir a produção de mais ou menos 2 horas.
O longa peca um pouco em seu ritmo morno, mas você não ficará distraído ou angustiado com o filme justamente pela quebra da quarta parede. Aqui, Bobby Brown usa com maestria para fazer com que o espectador se envolva com a trama, mesmo que a velocidade das cenas faça com que Enola seja um pouco precipitada ao explicar algumas coisas.
Temos ainda espaço para um romance morno entre Enola e Lorde Tewskbury (Louis Partridge), a química é evidente mas fiquei feliz que os personagens ficaram somente no flerte, o foco do filme era mostrar Enola como uma personagem que estava em busca do seu futuro e seria clichê demais ver ela se tornar a esposa de um Lorde.
Em vez disso, a produção mostra que a irmã de Sherlock é uma menina independente e que consegue resolver as coisas nas boas cenas de ação. Eu gostei muito de vê-la lutando com homens adultos repetidas vezes, pois ela não é nada do que a sociedade espera que ela seja, o que torna Enola em uma pessoa que fascina até seu irmão Sherlock, que acaba vendo nela como substituta espiritual.
Henry Cavill faz um Sherlock Holmes somente charmoso, longe daquele detetive fascinante que ficamos acostumados ao vermos na pele de Benedict Cumberbatch. Aqui ele acaba sendo só um coadjuvante que mais encoraja sua irmã, ao contrário do outro irmão que é ranzinza, Mycroft Holmes, interpretado de forma bastante energética por Sam Clafin.
No geral, Enola Holmes é só sobre Enola, mesmo amontoando alguns elementos demais na narrativa e misturando-a em partes e diminuindo sua eficácia geral, o longa consegue transmitir com muita seriedade, sua mensagem feminista e progressista sobre como é interessante vermos personagens femininas fortes conduzirem o seu próprio futuro.
Trailer:
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