LIMIAR | Uma história que passa em branco (Critica) - 44° Mostra SP
Todo projeto cinematográfico requer muita pesquisa e dedicação do cineasta e também da equipe de produção que irá colaborar no desenvolvimento do filme. Misturando cenas ficcionais e imagens documentais, o longa Limiar (Threshold) serve para entender qual rumo os diretores Rouzbeh Akhbari e Felix Kalmenson querem tomar na sua carreira.
Infelizmente este caminho é incerto, pois a película de 70 minutos é bastante arrastada e chata, o que torna uma história que passa em branco. Branco aqui é a cor predominante do longa, logo de cara embarcamos com um cineasta armênio que está procurando locações para o seu próximo projeto, que busca retratar as raízes ancestrais de seu país.
Ao longo desta viagem que parte de trem, o realizador encontra pessoas que mostram para ele as complexas realidades geopolíticas que impactam as regiões que ele está visitando. O problema daí é que longa começa a sair do real e começa a explorar o transcendental, o que faz com que o personagem principal acabe querendo explorar coisas sem nexo.
A narrativa em si é interessante, mas começa a ficar maçante justamente por se tornar uma viagem monótona e sem surpresas. A produção até tenta dar um ar de mistério, mas falha em querer banir os problemas sociais dos locais visitados em uma viagem bastante pirotécnica. A fotografia é o grande destaque, as paisagens da viagem com um branco contrastante tornaram o trabalho de Moeinoddin Jalali um destaque primoroso.
No geral o longa começa e termina do mesmo, tudo em branco, a iniciativa de iniciar uma pesquisa para um filme acaba se perdendo de forma linear em ideias vazias onde o primeiro passo é ser bem linear no nas propostas no qual pode ser representada, sendo assim a produção é bastante pessoal e lenta, mas é bem interpretativa no que o protagonista acabando conquistando no final.
*Filme assistido na 44ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, para mais detalhes, acesse: https://44.mostra.org/
Trailer:
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