Crítica do filme Beekeeper: Rede de Vingança
Após vários filmes de ação
terríveis sendo lançados nos últimos anos, temos o diretor David Ayer
retornando as suas raízes com filmes B, onde sua carreira prosperou. Com Beekeeper:
Rede de Vingança, o cineasta que ganhou notoriedade pelo polêmico Esquadrão Suicida
nos traz suas sequências de ação rápidas e com golpes de reflexos em combate
de seu protagonista, gerando uma atenção que mergulha em sucessos antigos e
elegantes.
No filme, acompanhamos o ex-agente
secreto aposentado Adam Clay (Jason Statham) vive pacificamente em uma fazenda
como um apicultor, que também era o nome de sua organização. Um dia, sua
simpática vizinha, Eloise Parker (Phylicia Rashad), cai em um golpe de phishing
executado por um grupo corrupto de criptomoedas, perdendo todos os seus fundos
de aposentadoria e de caridade. Em resposta, ela acaba com sua vida. A filha
policial de Parker, Verona (Emmy Raver-Lampman) e Clay chegam ao local para ver
seu corpo falecido. Clay decide se vingar, retornando às suas raízes de matador
e eliminar os envolvidos no esquema, que são financiados pelo filho errático da
presidente (Jemma Redgrave), Derek Danforth (Josh Hutcherson).
Adam Clay, de Statham, funciona efetivamente como um
divertido herói de ação baseado em seu modo de operação tático e isso se casa
com o roteiro de Kurt Wimmer, que traz a familiaridade excessiva de John Wick:
Capítulo Um com o cenário de que pessoas ruins gostam de fazer coisas ruins e
elas merecem ser punidas por isso. No entanto, fazer com que o antagonista
principal seja um menino mimado estilo Jordan Belfort (o famoso Lobo de Wall
Street) que ataca a classe baixa é simplista o suficiente para qualquer um que
nasceu nos anos 80 se amarrar na sede de vingança que o personagem de Statham
faz no longa. Isso é uma conveniência maravilhosa e ao mesmo tempo patética ao “jogar
gasolina” em uma briga de internet entre a geração Y e Z, mas as piadas frias
de Statham em primeiro plano fazem você ficar ainda mais familiarizado com a
trama.
Caso você não se convença o suficiente, o personagem Wallace
Westwyld, de Jeremy Irons, o ex-chefe da CIA e que se tornou braço direito de
Derek Danforth, que o lembra de sua queda inevitável ao mexer no vespeiro de um
Beekeeper. Em contrapartida, assim que a
agente do FBI Verona Parker entra em cena, o filme passa por um breve momento
de drama processual e por meio do luto a personagem se torna uma grande investigadora
e simplesmente começa a tentar rastrear e denunciar o homem que está se
vingando de sua mãe.
No meio disso tudo a edição de Geoffrey O'Brien acaba
pecando um pouco para remendar as sequências de ação, que as vezes acontecem
como se tivessem um pouco de vergonha de sua classificação alta, a maneira como
as coreografias são demonstradas em torno de vários momentos gráficos acabam
sendo barradas as vezes por uma intensa sequência de combate corpo a corpo,
fazendo com que a edição seja combinada com o estilo clássico que Ayer adota.
No geral, Beekeeper: Rede de Vingança é um longa de ação divertido e o todo o seu mérito é por conta da direção competente de David Ayer e o poder estelar pungente de Statham e o seu grande elenco de apoio. O longa tem cenas tristes e cômicas, mas em sua maior parte consegue ser bem sólido ao cumprir com o seu objetivo, entreter com boas cenas de ação.